Fundo de luto pela morte de Manuel Malheiro.

Manuel Máximo Bastos Malheiro de Oliveira nasceu em Portugal, no mês de abril de1960. Na maioridade formou-se bacharel em Física pela Universidade de São Paulo, em 1981, e lá, foi onde também concluiu sua formação como mestre e doutor. Transitou por universidades nos EUA, Portugal e Itália, mas no Brasil escolheu fixar sua moradia e estabelecer-se na docência, primeiro na Universidade Federal Fluminense e, posteriormente, no Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA).

Conhecido como “Mané” entre os amigos, Malheiro enfatizou seus estudos na área de Física Nuclear, Hàdrons e Quarks, Astrofísica Nuclear e de Objetos Compactos, sendo responsável por mais de uma centena de publicações e orientação de dezenas de estudantes de graduação e pós-graduação.

Até 2020, o físico coordenou cientistas de sete instituições paulistas (ITA, IAG-USP, INPE, IFSP, UNIFESP, UFABC e UNESP) em pesquisa focada em estudar matéria superdensa no universo e por cerca de 13 anos coordenou o protocolo de cooperação científica entre o International Center of Relativistic Astrophysics (ICRANet) e o ITA.

De vitalidade rara, Malheiro responsabilizava-se como editor de quatro anais de conferências e era mente conhecida em eventos nacionais e internacionais – como autor de inúmeros artigos, ministrante de mais de 50 palestras como convidado e ainda organizador de dezenas de eventos científicos.

A contribuição do professor Malheiro à Física é vasta, tanto que poderia tornar maçante qualquer enumeração – mesmo que resumida, como aqui –, mas na atual circunstância, é sabido que cada citação traz à tona boas lembranças àqueles que puderam compartilhar de tantos momentos com o Mané.

Que fiquem estas memórias e que sua passagem pela física continue reverberando em salas, eventos, artigos e risadas, pois foi-se um grande cientista e um ser humano incomparável.

Por Frederico S. M. de Carvalho