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O mais novo projeto promovido pela Finep (Agência Brasileira da Inovação) recebeu críticas duras do presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF). A iniciativa, batizada de “Plataformas do Conhecimento – Como elevar o patamar e o impacto da CT&I no Brasil?”, foi apresentada à comunidade científica por Glauco Arbix, presidente da Finep, na última quinta-feira (29/5), durante encontro realizado na sede da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

As intenções são boas – aumentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no Brasil a 2% do PIB até 2020, com o objetivo de diminuir a distância entre o que investem países com desempenho muito superior em inovação, como China, Coreia do Sul e Estados Unidos.

O plano propõe a criação de um programa para alavancar desenvolvimento em grandes áreas – como por exemplo energia, agricultura e saúde – vistas como setores em que o Brasil poderia assumir uma posição de liderança. Com esse objetivo, ele prevê a implementação do chamado Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento (PNP), uma iniciativa para criar uma rede de pesquisa que reunisse empresas, setor público e institutos de pesquisas e se voltasse para pesquisa e desenvolvimento nas areas selecionadas. Alguns pesquisadores se manifestaram decepcionados com a ausência de plano para alavancar também a Ciência Básica.

Segundo Ricardo Galvão, presidente da SBF, a iniciativa é apenas a última numa série que o governo tem promovido, sem se perguntar o que tem dado certo e o que tem dado errado.

“Não se pode fazer novos programas sem olhar o que já foi feito e sem tentar resolver os problemas que existem. Eu não vi nada disso na apresentação. Outra questão é que o projeto será ancorado por organizações sociais. Eu tenho sete anos de experiência em administração e sei da dificuldade de trabalhar com organizações sociais, o que é chegar em junho/julho sem ter dinheiro vindo do governo”, disse.

Na opinião de Galvão, o grande problema do Brasil é o arcabouço legal. “Tem uma PEC no Senado para mudar a Lei 8.666 e o governo deveria estar trabalhando fortemente para que essa lei fosse mudada”, ressalta. Para ele, o projeto apresentado é mais uma tentativa de “inventar a roda”, e finalizou dizendo que “é preciso estruturar o que já existe”.

Para ler mais sobre o projeto, confira a reportagem do Jornal da Ciência, da SBPC, clicando aqui.