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A matéria escura é um dos grandes mistérios da física moderna. Existem diversos modelos para explicar sua existência, mas o fato de que sua única manifestação detectável até agora é a força gravitacional que ela exerce sobre grandes objetos, como galáxias, dificulta o esclarecimento. E o que é mais chocante: ela responde por cerca de 80% do inventário total de matéria existente no Universo.

Agora, um grupo internacional de pesquisadores com importante participação brasileira realizou um mapeamento detalhado da presença de matéria escura numa faixa do céu com 124 graus quadrados de área. Para tanto, a equipe usou dados colhidos com o Telescópio Canadá-França-Havaí e extrapolou a presença de matéria escura a partir da observação de lentes gravitacionais – efeito previsto pela teoria da relatividade geral de Albert Einstein em que raios de luz são curvados ao passar por objetos massivos, sejam eles de matéria convencional ou escura.

Os novos resultados parecem apoiar o modelo mais popular entre os cientistas, chamado de lambda-CDM, segundo o qual a matéria escura é composta por partículas que se movem a velocidades muito inferiores às da luz e que, apesar de ter massa, interagem muito fracamente com a matéria convencional.

Contudo, o estudo ainda está longe de ser capaz de discriminar de forma definitiva entre os diversos modelos cosmológicos possíveis. “Ainda há muitas alternativas que se encaixam”, diz Martín Makler, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, um dos autores do trabalho. Do CBPF, também participam Aldée Charbonnier e Bruno Moraes, além de pesquisadores da Suíça, da França, da Alemanha e do Canadá.

O trabalho foi publicado online pelo periódico “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society” e figura na edição impressa que circula em agosto.

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