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Manifestação da Sociedade Brasileira de Física (SBF)

A ciência brasileira tem se desenvolvido de forma contínua e abrangente, desde a criação do CNPq, sendo hoje reconhecida de padrão internacional em diversas áreas. Esse sucesso foi ancorado em duas bases fundamentais.  A primeira foi a implantação de projetos estruturantes pelo governo e agências de fomento, como o programa de bolsas de pós-graduação, o financiamento à pesquisa em pequena, média e grande escalas e a construção de laboratórios nacionais, como o LNLS. A segunda foi a apreciação de propostas e análise de projetos utilizando exclusivamente critérios de mérito compatíveis com o padrão científico internacional.

Neste momento, a severa crise econômica que atingiu o país tem afetado fortemente nosso progresso científico e tecnológico, ocasionando sério retrocesso nos avanços alcançados. Análises econômicas, com isenção de preconceitos ideológicos, indicam claramente que esse cenário deverá continuar por pelo menos mais dois anos.

Consideramos essa situação extremamente preocupante. Em primeiro lugar, corre-se o sério risco de que a prioridade da área de ciência e tecnologia seja subestimada em um programa estratégico emergencial para recuperação da economia.

Além disso, mesmo sem ser colocada em segundo plano, não há dúvida que essa área também sofrerá fortes limitações orçamentárias.  Nesse cenário, é essencial saber escolher com base técnica bem fundamentada as prioridades corretas para os programas estratégicos implantados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação nos próximos anos, a fim de manter o avanço científico e tecnológico nacional mesmo nessa situação adversa.

Para isso, é essencial que o próximo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, a ser indicado independentemente da evolução do atual quadro político, seja um profissional com qualificações técnicas adequadas e respeitado pela comunidade científica nacional, além de sua relevância política.

Em particular, nos parece inaceitável a indicação de um ministro com posições ideológicas ortogonais às da ciência moderna.