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Por Cid Bartolomeu de Araujo – Prof. Titular do DF-UFPe

Eu lí a nota no Boletim da SBF sobre os cortes no orçamento da CAPES. Embora eu não conheça os detalhes, considero que estamos gastando muito com o Programa Ciência sem Fronteiras e em detrimento de programas mais importantes como o Programa de PG (bolsa, taxas de bancadas, etc). A nota divulgada pela SBF está muito soft e não dá destaque/ênfase para o prejuizo nos programas devido à orientação dos recursos para o CsF. Acho que é preciso explicitar melhor (e fazer chegar ao governo, talvez através da imprensa) que este Programa está errado (estudantes viajando para o exterior com históricos escolares muito fracos, instituições muito fracas recebendo estudantes, pagamento de altas taxas no exterior, etc). Acho que a SBF deveria ser mais incisiva com relação ao disperdício de recursos no CsF e a falta de recursos para a pesquisa e PG dentro do País. Escutei comentários sobre o gasto já feito desde o início do CsF. Parece que chega perto de 9 bilhões (é verdade?).

Acho também que está faltando um posicionamento da SBF com relação à falta de recursos no CNPq. Não tive conhecimento de nenhum protesto devido ao NÃO lançamento do Edital Universal do CNPq. Parece que a comunidade científica está anestesiada. E o INCT? Pelo que ouvi não existe previsão orçamentaria para garantir a continuidade dos Projetos do INCT. Que aconteceu com a proposta de emprestimo internacional?

É necessário que a SBF assuma posições fortes como em outras ocasiões no passado. A diretoria/conselho da SBF têm algum plano para tornar mais público os erros que estão sendo cometidos? Existe alguma análise mais aprofundada que mostra que não devemos fazer barulho agora porque não surtirá efeito? alguma avaliação política que mostre que não devemos explicitar os problemas para fora das Universidades e instituições de ensino/pesquisa?

Eu acho que se continuarmos tentando atenuar os erros apenas através de contatos com os colegas cientistas que estão nos orgãos governamentais, não vamos conseguir atenuar os efeitos danosos da recessão e a consequente redução de recursos para a pesquisa e PG.

Estive durante os ultimos três dias no Encontro de Físicos do Norte e Nordeste e fiquei impressionado com a letargia dos colegas com relação à falta de recursos. Acho que deve ser feito alguma coisa, de forma institucional, para tentar atenuar os problemas que já existem e os problemas que surgirão no futuro próximo.

Cid Bartolomeu de Araujo
Porfessor Titular, Dept. de Física, UFPe