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Não é incomum que perguntas em sala de aula desconcertem professores de física dos ensinos fundamental e médio. Afinal, eles sempre têm um grande conteúdo programático para cobrir, e cada minuto conta. Mas, com isso, também perde-se uma grande oportunidade para aprofundar assuntos e permitir que os alunos interajam de forma intelectualmente desafiadora na aventura do conhecimento.

Para mostrar isso, um doutorando em ensino de ciências na UnB (Universidade de Brasília) escreveu um artigo inteiro explorando uma pergunta elaborada por um estudante de Ensino Médio durante uma aula de óptica: qual a velocidade que um elevador panorâmico deveria ter para que uma pessoa em seu interior pudesse observar o pôr do Sol continuamente?

“Na minha percepção, as perguntas dos alunos costumam ser tratadas de forma muito rasa pelos professores”, afirma Jair Lúcio Prados Ribeiro, que teve seu artigo publicado no volume 39, No. 4, da “Revista Brasileira de Ensino de Física” (RBEF), publicação da Sociedade Brasileira de Física.

“Digamos que aquelas que se ‘adequam’ à matéria ou vão além do assunto discutido são consideradas pelos professores como boas, enquanto aquelas que fogem do tema são vistas como meras ‘viagens’ dos estudantes”, prossegue Ribeiro.

O professor sugere que um bom jeito de lidar com essas questões é dar a elas um tratamento mais formal e conseguir chegar a um resultado adequado ao nível de compreensão dos alunos. No caso explorado, o do elevador no pôr do Sol, o resultado foi bastante satisfatório. “Ele me permitiu mostrar, tanto para os alunos quanto para mim mesmo, que tais ‘viagens’ podem ser instigantes, induzir à aprendizagem e até a um certo orgulho por parte dos estudantes, os quais se sentiram respeitados por eu ter levado uma pergunta aparentemente inocente (ou ‘sem-noção’) tão a sério.”

Ribeiro destaca que, a despeito de terem sempre de “correr com o conteúdo”, os professores deveriam dedicar mais tempo a explorar situações como essa. “Tais perguntas, as clássicas ‘viagens’, não são novidade no cotidiano escolar. Elas sempre ocorrem, ou seja, um professor não pode alegar que foi pego de surpresa. Logo, um tempo dedicado a elas deve estar presente no planejamento.”

E, caso você esteja curioso, a resposta é que o elevador deveria ter uma velocidade crescente com aceleração constante de 0,034 m/s2, para alturas bem inferiores ao raio da Terra.

Para ler o artigo completo, clique aqui.

Assessoria de comunicação da SBF

Salvador Nogueira
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