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No dia 1o de abril, ocorreu a cerimônia de entrega de medalhas aos vencedores da Olimpíada Brasileira de Física. no campus da USP na Cidade Universitária, em São Paulo. Foram entregues 41 medalhas de ouro, 54 de prata e 65 de bronze, além de 108 medalhas de menção honrosa. Também houve uma cerimônia especial em homenagem às meninas premiadas na competição, como forma de estimular a participação feminina nas ciências exatas.

Em apresentação durante a cerimônia, Débora Menezes, pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina, e Belita Koiller, presidente da SBF e pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, expuseram as questões de gênero, com dados sobre o desempenho feminino nas olimpíadas de física no período 2005-2016, quebrados por séries.

Eles mostram que as meninas têm seu melhor desempenho no oitavo ano do Ensino Fundamental, onde chegam a responder por cerca de 30% das pessoas premiadas, e vão reduzindo seu percentual nas séries seguintes, até a terceira do Ensino Médio, onde ganham menos de 10% das premiações.

Essas informações são importantes na formulação de políticas efetivas para aumentar o interesse feminino por carreiras em ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

A OBF, em sua edição de 2016, envolveu 99.814 estudantes, vindos de escolas públicas e privadas de todo o país. Organizada pela SBF com apoio do CNPq, ela tem sofrido – como todo o sistema de ciência, tecnologia e inovação – com os cortes sucessivos de recursos. “Nos últimos três anos os financiamentos da OBF só tem diminuído a cada ano”, diz Munemasa Machida, coordenador nacional da olimpíada e pesquisador da Unicamp. “A OBF tem feito de tudo para manter os projetos que a cada ano enviamos ao CNPq, que é o órgão financiador da OBF, mas existem limites e estão chegando cada vez mais perto.”

Se o orçamento está encurtando, a demanda vai na direção oposta. “A última edição foi superior em número de participantes, em torno de 10% de aumento”, destaca Mashida. “E o desempenho também foi superior. Acredito eu que foi de certa forma resultado da forma como começamos a administrar a OBF com comitês Nacional e Internacional, formados pelos professores universitários dedicados a educação de ensino médio, e buscando maior diversidade na elaboração das provas, sem deixar de responder quaisquer dúvidas ou perguntas dos professores das escolas de Ensino Médio participantes. Porém, os cortes em orçamento podem anular esses efeitos.”