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Foi com grande indignação que o paper “The association between early career informal mentorship in academic collaborations and junior author performance” escrito por AlShebli, Makovi e Rahwan e publicado em Nature Communications no último dia 19/11 foi recebido pela comunidade científica (https://www.nature.com/articles/s41467-020-19723-8). O referido artigo contém inaceitáveis alegações que corroboram o forte viés de gênero presente na academia e aparecem na contramão de esforços internacionais para que haja maior inserção de meninas e mulheres em áreas de STEM, o que passa pela necessidade de mais mulheres em posições decisórias.

Problemas metodológicos, apontados pelos revisores, foram desconsiderados pelos editores da revista. Dentre eles, destacam-se: 1) o fato dos homens terem começado na vida científica e acadêmica muito antes das mulheres, sempre com mais privilégios sociais, uma vez que o estudo considera um período de 100 anos; 2) o número de respondentes do questionário representa 0,006% do total dos dados analisados e desconsidera representatividade de grupos distintos; 3) o método de identificação do pesquisador (MAG) permite que a mesma pessoa tenha diversos IDs.

Desde o dia da sua publicação, vários manifestos que solicitam a retirada do referido paper surgiram, sendo um deles também apoiado pelo GT-Gênero da SBF. Os manifestos podem ser encontrados nos links abaixo:

https://mobile.twitter.com/pollyp1/status/1329455882481131524

 

Débora Peres Menezes e Érica de Mello Silva (pelo GT-Gênero da SBF).