A Academia Brasileira de Ciência (ABC) divulgou no último dia 19 de novembro os nomes eleitos para integrar a academia. Entre os escolhidos estão a física Mônica Alonso Cotta (Unicamp), o físico e divulgador científico Ildeu de Castro Moreira (UFRJ) e Antônio Ferreira da Silva (UFBA). A eleição para membro titular da ABC ocorre exclusivamente por indicação de pesquisadores já pertencentes à instituição, reforçando o caráter de reconhecimento entre pares. O anúncio foi realizado logo após a Assembleia Geral Ordinária da ABC, que indicou 10 mulheres e 9 homens no total para uma cadeira na entidade, a mais antiga representação da ciência brasileira, criada em 1916. Os físicos serão diplomados diploma de membros titulares durante a Reunião Magna da ABC, que será realizada no Rio de Janeiro entre 5 e 7 de maio de 2026.

Na Plataforma Lattes, Mônica Alonso Cotta informa que “possui graduação (Bacharelado em Física, 1984), mestrado em Física (1987) e doutorado em Ciências (1991), obtidos pela Universidade Estadual de Campinas”. Ela fez o pós-doutorado na ATT Bell Laboratories (Murray Hill, USA, 1991-1993). É professora titular (MS6) do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas, onde atuou como diretora associada (2017-2021) e diretora (2021-2025). É a atual Pro-Reitora de Graduação da mesma Universidade (2025-2029). Foi membro da diretoria (2016-2020), e presidente (2020-2024) da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais. É editora executiva da revista ACS Applied Nano Materials e membro do conselho consultivo editorial da revista Accounts of Materials Research.

Ela também é membro do International Scientific Advisory Board do Waterloo Institute for Nanotechnology, Canadá. Participou do Pre-Screening Committee do VinFuture Prize (VinFuture Foundation, Vietnam, 2020-2024), além de atuar em comitês de seleção de vários prêmios internacionais para Mulheres em Ciência. Atuou como membro (2019-2022) e coordenadora (2022-2025) do Comitê Assessor de Física e Astronomia do CNPq. Seus projetos de pesquisa encontram-se nas áreas de Ciência dos Materiais e Física Biológica, com ênfase no estudo avançado de nanomateriais semicondutores, da síntese à fabricação de biossensores, além de aplicações de microscopia óptica, eletrônica e de varredura por sonda ao estudo de biomateriais e sistemas biológicos.

De acordo com a Plataforma Lattes, Antônio Ferreira da Silva é professor Orientador Credenciado do Corpo Permanente do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia -Instituto de Ciências da Saúde da UFBa. É também Presidente do Grupo de Trabalho para constituição do Complexo Universitário de Laboratórios de Pesquisa, Criação e Inovação (COUNILAB).

“Experiência em pesquisa aplicada e fundamental, interdisciplinar, e especial interesse em temas como nanociência, energias renováveis, produção de hidrogênio, fotocatálise, células solares, biotecnologia, interação de nanopartículas com estruturas biológicas, modelos de inteligência artificial para aplicações em biomateriais e ciências da saúde, física teórica e experimental, ciência de materiais, óxidos, nitretos, semicondutores, supercondutores, spintrônica, propriedades ópticas, eletrônicas e de transporte de novos materiais, sistemas desordenados e sob condições extremas (alto campo magnético e baixíssimas temperaturas)”, explica o cientista na Plataforma Lattes.

Já o físico e divulgador científico Ildeu de Castro Moreira é professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e integrante do programa de pós-graduação em história das ciências foi eleito para compor o quadro principal da instituição. Neste ano, Ildeu ainda recebeu da Sociedade Brasileira de Física (SBF) o Prêmio Ernesto Hamburger de Divulgação Científica.

Presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu construiu uma trajetória marcada pela atuação em física, história da ciência e comunicação pública da ciência. Foi editor científico da revista Ciência Hoje durante vários anos, participação que ajudou a consolidar sua presença no debate nacional sobre divulgação científica. Também atuou no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), onde ocupou o cargo de diretor do Departamento de Popularização da C&T e coordenou a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia entre 2004 e 2012.

Em reconhecimento à sua contribuição para aproximar ciência e sociedade, recebeu em 2013 o Prêmio José Reis de Divulgação Científica, concedido pelo CNPq. Sua atuação consistente na defesa da ciência, que o tornou uma das vozes mais influentes do campo. Ildeu presidiu a SBPC por duas gestões, entre 2017 e 2021, período marcado por forte mobilização em prol do financiamento e da valorização da pesquisa no Brasil.

Nos últimos anos, seu trabalho continuou sendo reconhecido por instituições científicas do país. Em 2021 foi agraciado com a Medalha Defensor da Ciência, da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE). No ano seguinte recebeu a Medalha Henrique Morize, honraria concedida pela própria ABC por sua carreira e pela posição firme em defesa da ciência brasileira.

(Texto com informações da ABC, SBPC e SBF)