A Sociedade Brasileira de Física (SBF) manifestou seu apoio integral à nota pública divulgada no dia 19 de maio pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O documento, assinado por Helena Bonciani Nader, presidente da ABC, e Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, expressa preocupação com os cortes orçamentários que ameaçam o funcionamento das universidades federais e, consequentemente, o futuro da ciência e do desenvolvimento no Brasil.

Na nota, as entidades afirmam que “a decisão de liberar apenas no final do ano um terço dos recursos previstos inviabiliza o funcionamento básico dessas instituições, comprometendo de forma severa o funcionamento das universidades federais brasileiras, bem como afetando diretamente a manutenção de suas atividades administrativas, acadêmicas e científicas ao longo do ano”.

O documento ressalta que mais de 90% da pesquisa científica realizada no Brasil depende das universidades públicas. “A limitação orçamentária imposta não apenas ameaça a continuidade das pesquisas, como também compromete a formação de profissionais altamente qualificados, essenciais para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico do país.”

A Sociedade Brasileira de Física concorda com as entidades que essa decisão sobre o orçamento para a educação e a ciência pública prejudica também os mecanismos de inclusão social. A nota reforça: “Essa política não atinge apenas a ciência — destrói um dos principais mecanismos de ascensão social no Brasil. As universidades públicas são a porta de entrada para milhares de estudantes pobres, negros e periféricos que dependem delas para romper o ciclo da desigualdade, empurrando os mais vulneráveis para o ensino privado e o endividamento.”

“Países desenvolvidos investem massivamente em educação e ciência. O Brasil, ao contrário, desmonta suas universidades, exporta cérebros e aumenta sua dependência tecnológica estrangeira. Sem pesquisa pública, não haverá inovação, nem soluções para crises sanitárias, ambientais ou econômicas”, afirma a ABC e a SBPC na nota.

O apoio da SBF reforça o coro das principais entidades científicas do país, que alertam para as consequências imediatas e de longo prazo desse estrangulamento financeiro. Para as entidades, adiar e diminuir significativamente a liberação de recursos “é o mesmo que dificultar o funcionamento dessas instituições, comprometendo sua capacidade operacional.”

No documento, ABC e SBPC enfatizam ainda que diante desse cenário, “reiteram a importância de garantir o pleno funcionamento das universidades federais, condição indispensável para o avanço da ciência, da educação e da soberania nacional.”

A Sociedade Brasileira de Física reafirma seu compromisso com a defesa da educação pública, da ciência e da soberania do país, unindo-se à ABC, à SBPC e a toda a sociedade que entende que investir em conhecimento é investir em desenvolvimento, em justiça social e em um Brasil mais forte e independente.

Leia o documento na íntegra

(SBF com informações da ABC e SBPC)