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Em solenidade em Brasília, governo recria o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e anuncia a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que será realizada em junho de 2024, sob a coordenação do físico Sérgio Rezende

Em solenidade na quarta-feira (12/07) carregada de simbolismo e forte emoção realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, entregaram as medalhas da Ordem do Mérito Científico e anunciaram a recriação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), que ficou cinco anos sem atividades. O governo ainda anunciou a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que será realizada em junho de 2024, sob a coordenação do físico Sérgio Rezende.

Com o lema “A Ciência Voltou”, os agraciados com as medalhas foram ovacionados pelo público presente no evento, o que simbolizou uma reparação histórica, uma vez que o governo anterior desferiu duros ataques à ciência e à cultura brasileira,recheados de  obscurantismo científico,  negacionismo e desrespeito à vida, especialmente durante a pandemia de Covid-19 e no incentivo ao desmatamento.

“Esta solenidade se reveste de muitos significados. É um ato de desagravo à ciência e de reparação histórica aos cientistas, professores, médicos, pesquisadores – brasileiras e brasileiros que foram injustamente perseguidos e ameaçados por um governo anti-ciência e anti-vida”, afirmou a ministra Luciana Santos, de acordo com a assessoria do MCTI. “Hoje, celebramos a volta da ciência e podemos dizer que o tempo do negacionismo, do desprezo pelos instrumentos de participação social e de ameaça à democracia acabou.”

“Depois de um período recente em que os ataques à ciência eram comuns, a comunidade científica brasileira, em especial os físicos, estão muito esperançosos com que os novos tempos representem o início de um novo ciclo de desenvolvimento para a ciência brasileira”, diz o físico Rodrigo Capaz, atual presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF).

A médica sanitarista Adele Benzaken e o infectologista Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda, por exemplo, tiveram a honraria revogada pela gestão anterior, em 2021. Em repúdio, 21 outros cientistas renunciaram à indicação na época. E na quarta-feira, todos foram agraciados com a medalha durante a solenidade.

Houve especial comoção com a premiação do físico Ricardo Galvão, atual presidente do CNPq e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF). Galvão teve a coragem de erguer a sua voz em defesa da ciência quando presidia o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, no momento no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro atacava duramente os dados sobre o processo de desmatamento na Amazônia.

Além de Galvão, outros físicos obtiveram o prêmio: Anderson Gomes, professor do Departamento de Física do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Jailson Alcaniz, diretor do Observatório Nacional; Silvio Crestana, físico e pesquisador que foi ex-presidente da EMBRAPA, especialista em Física dos Solos; Ronald Shellard (in memoriam), ex-diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas; e Luiz Pinguelli Rosa (in memoriam), que foi diretor da COPPE/UFRJ, ex-Presidente da Eletrobrás, ediretor de Relações Institucionais da COPPE/UFRJ e Secretário Executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.

“É uma grande satisfação e um orgulho para a SBF ver o merecido reconhecimento ao trabalho dos nossos colegas”, finaliza o presidente da SBF.