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Fundação alemã amplia o apoio à realização de encontros de físicos do país com profissionais de outras partes do mundo e deseja estreitar laços com o Brasil

A Fundação Wilhelm e Else Heraeus (WE-Heraeus), uma das mais importantes instituições privadas alemãs de financiamento à Física, realiza desde 2019 seminários binacionais, reunindo cientistas alemães e de outras partes do mundo. Jürgen Mlynek, presidente do conselho da entidade, explica que o principal propósito desses seminários é fortalecer a cooperação existente entre grupos de trabalho na Alemanha e um país parceiro ou iniciar novas cooperações.

“Desde então, vários desses seminários ocorreram na Alemanha ou na França, Inglaterra ou Polônia. Embora inicialmente houvesse algumas restrições em relação aos possíveis países parceiros e aos cientistas elegíveis para se candidatar, decidimos expandir esse programa e abri-lo, em princípio, para todos os países, mesmo além da Europa”, explica Mlynek.

Stefan Jorda, gerente da Fundaão WE-Heraeus, conta que tem muito interesse em realizar um evento desses com cientistas brasileiros e alemães, seja na Alemanha ou no Brasil. Jorda morou sete anos no Rio de Janeiro entre as décadas de 1970 e 1980, chegando a concluir mestrado no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). “Pessoalmente, tenho interesse na cooperação entre Brasil e Alemanha, pois eu vivi vários anos no Rio”, explica Jorda, em entrevista por e-mail.

“Até o momento, tivemos aproximadamente 10 seminários binacionais com o Reino Unido, França e Polônia. Mas outros já foram aprovados e/ou estão em andamento, por exemplo, com a Espanha, Estados Unidos e possivelmente Itália e Argentina”, diz o gerente, acrescentando que o evento é aberto à física em geral e áreas interdisciplinares.

Para requisitar à fundação um seminário binacional, o físico brasileiro precisa se associar a um físico alemão, apresentando sugestões de tema e detalhando o evento, que é realizado não apenas para discutir Física, mas também promover networking e uma vivência dentro da comunidade científica. Segundo Jorda, a fundação financia a realização do evento, mas também aceita apoio de instituições que estiverem interessadas em promover a ciência. A submissão de temas para a realização de seminários deve ocorrer entre seis meses a um ano de antecedência.

A Fundação cobre os custos de hospedagem e refeições para todos os participantes. E arca com os custos de viagem dos palestrantes convidados e dos organizadores dentro de certos limites. Informações adicionais podem ser conferidas clicando AQUI.

A fundação foi criada em 1963 pelo Dr. Wilhelm Heinrich Heraeus (1900-1985) e sua esposa Else Heraeus (1903-1987). Wilhelm Heraeus era neto do fundador da W. C. Heraeus GmbH em Hanau, perto de Frankfurt (hoje Heraeus Holding GmbH). Após obter seu doutorado em física na Universidade de Frankfurt em 1923, Wilhelm Heraeus ingressou nos negócios da família e foi nomeado gerente de P&D. Mais tarde, ele se tornou diretor executivo e membro do conselho de administração. Desde a década de 1970, a fundação tem trabalhado em estreita colaboração com a Sociedade Alemã de Física (DPG).

“Esses contatos através das fronteiras são particularmente importantes. Porque a ciência é internacional. Independentemente do passaporte, origem cultural, fé ou convicção política. É por isso que a ciência sempre contribuiu para o entendimento internacional. Um exemplo excepcional disso é o CERN em Genebra, onde cientistas deste lado e do outro lado da Cortina de Ferro trabalharam juntos mesmo durante a Guerra Fria”, diz Jürgen Mlynek.

Mais informações com Stepan Jorda no e-mail: jorda@we-heraeus-stiftung.de

(Colaborou Roger Marzochi)