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Candotti era considerado um dos maiores cientistas da atualidade. Crédito: UFAM

Nascido na Itália e naturalizado brasileiro em 1983, o cientista dedicou a sua vida para aprimorar a ciência e realizar a sua conexão com a sociedade

O físico Ennio Candotti faleceu na quarta-feira (06/11) aos 81 anos. A Sociedade Brasileira de Física (SBF) lamenta profundamente a morte deste cientista que promoveu avanços no ensino, na pesquisa e na divulgação científica. 

Presidente e fundador do Museu da Amazônia (Musa), Candotti foi o membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) com o maior número de mandatos na entidade: como vice-presidente (1985-1987, 1987-1989, 2011-2013) e (2013-2015), e como presidente (1989-1991, 1991-1993, 2003-2005 e 2005-2007). Candotti recebeu, em 1998, o prêmio Kalinga de Popularização da Ciência, honraria concedida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) por habilidades excepcionais na divulgação científica. “A Ciência brasileira está de luto”, escreve a Finep em seu website. 

Em notícia veiculada em seu site, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) lamentou a morte do físico o qual a entidade considera “um dos maiores expoentes da ciência na atualidade”. Nascido na Itália e naturalizado brasileiro em 1983, Candotti se graduou em Física pela Universidade de São Paulo (USP) em 1964 e pela Università degli studi di Napoli em 1972. Ele foi professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e recebeu pelo Amazonas o título de cidadão do Estado no ano de 2019. 

“A comunidade universitária da UFAM e a Administração Superior se solidarizam à família e aos amigos e igualmente, às instituições científicas do País, que tinham em Ennio Candotti, a personificação da defesa pela ciência como garantidora de cidadania por meio do conhecimento”, informa a instituição.

De acordo como site do Musa, em 2007, quando Candotti presidia a SBPC, ele sugeriu ao então governador do Amazonas, Eduardo Braga, a criação de um museu que recriasse o ambiente da floresta num ambiente que reunisse seus animais, insetos, plantas e fungos. E o físico foi convidado a fundar esse museu, que começou a operar em 2009. De acordo com o site, “em 2013 e 2014, com recursos do Fundo Amazônia, foram construídos laboratórios, trilhas de visitação e uma torre de observação da floresta com 42m de altura. Em 2018 a sede do Musa foi transferida para a área da reserva ao norte de Manaus, onde já funcionava o museu desde 2011”.  

Ennio Candotti também foi professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) entre 1975 a 1996, informa a instituição. Ele chegou ao Instituto de Física da UFRJ em 1974, na época em que o mesmo estava se constituindo como instituição de pesquisa. 

“Dentre suas múltiplas atividades, envolveu-se logo ao chegar com uma reforma no ciclo básico de física – montando uma equipe com professores do IF (e não da Escola de Engenharia), com roteiros para os alunos com discussão de textos de história da física, epistemologia, lógica, com provas unificadas. Permaneceu no IF até 1996, e nesse período, juntamente com Roberto Lent, Alberto Passos Guimarães, Otávio Velho e equipe multidisciplinar, criou a excelente revista de divulgação científica Ciência Hoje, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Depois criou a revista Ciência Hoje das Crianças e foi à Argentina colaborar na criação da revista Ciencia Hoy”, informa a UFRJ. “Sua energia criativa na busca de soluções que melhorassem o panorama da ciência no país será sempre lembrada.”