Professor Luís Carlos Bassalo Crispino. (Foto: UFPA)

O físico e professor titular da Universidade Federal do Pará (UFPA), Luís Carlos Bassalo Crispino, foi o vencedor da 45ª edição do Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, na categoria “Pesquisador e Escritor”. A informação foi divulgada no site do CNPq, que promove o prêmio criado em 1978 para reconhecer iniciativas que contribuem significativamente para tornar a ciência mais acessível à sociedade. Além do Prêmio José Reis, Crispino já havia sido reconhecido anteriormente com o Prêmio CLIO de História (2007) e o Prêmio Ernesto Hamburger da Sociedade Brasileira de Física (2020), ambos relacionados à sua atuação em divulgação científica.

Crispino, especialista em teoria quântica de campos em espaços-tempos curvos e buracos negros, atua também na popularização da ciência por meio de projetos, coordenações, publicações e atividades de extensão. Além disso, é membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), bolsista de produtividade do CNPq e revisor de periódicos internacionais. A escolha do comitê avaliador se deu pela relevância de sua trajetória na aproximação entre ciência e sociedade, em especial na Região Norte.

Em entrevista ao CNPq, o pesquisador ressaltou o caráter coletivo do reconhecimento. “Recebo esse prêmio com muita alegria, mas não para mim. Recebo para meus colegas, para os alunos e para a Amazônia, com a responsabilidade que isso carrega.”Ele destacou a importância da divulgação científica para o combate às fake news e ao negacionismo. “As pessoas precisam saber da importância da ciência.”

Nascido em Belém em 1971, Crispino relembrou como a curiosidade científica surgiu ainda na infância, incentivada por familiares e vizinhos. Aos 21 anos, tornou-se professor na UFPA e passou a atuar na estruturação do Programa de Pós-Graduação em Física da universidade. O grupo, que começou com recursos limitados e materiais improvisados, hoje ocupa um prédio próprio com dezenas de salas e abriga o maior acervo de telescópios da Amazônia, por meio do Núcleo de Astronomia fundado por ele em 2006.

O professor defende que a construção de centros de excelência fora do eixo Sul-Sudeste é possível quando há apoio institucional, financiamento adequado e mobilização local. “Mesmo em um lugar improvável, se houver organização e estímulo do poder público, é possível fazer ciência de qualidade”, afirmou.

Durante o anúncio, ele fez um apelo por políticas públicas de fomento contínuo à divulgação científica, especialmente em regiões periféricas: “Quanto mais distante de um grande centro, maior é a necessidade de apoio. Continuem investindo”. O site do CNPq publicou, inclusive, um vídeo com a entrevista do cientista.

Assista a entrevista realizada pelo CNPQ

(Rumo de informações divulgadas pelo site do CNPq)