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Equipe da FabNS ao lado da caixa com partes do nanoscópio exportado para a Alemanha - Foto: Divulgação FabNS

Após diversos estudos com uma equipe multidisciplinar, o trabalho coordenado pelos físicos conseguiu ter sucesso na construção de um nanoscópio

O físicos Ado Jorio de Vasconcelos e Luiz Gustavo Cançado, professores do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e uma equipe formada de cientistas da UFMG e do INMETRO venceram, na semana passada, o Prêmio Péter Murányi 2024 pelo desenvolvimento de um nanoscópio, aparelho óptico capaz de revelar estruturas 1 bilhão de vezes menores que o metro e que pode investigar materiais bidimensionais, como o grafeno, e materiais de interesse da agroindústria, como os biocarvões. O instrumento gerou 17 propriedades intelectuais, incluindo 8 patentes, e a tecnologia já foi transferida à indústria, informa o Prof. Ado Jorio.

Criado em 1999 após a morte do empresário Péter Murányi, o prêmio que leva o seu nome tem o objetivo de reconhecer e premiar projetos que, de maneira inovadora e prática, contribuem para a melhoria da qualidade de vida. Competiram com a equipe da UFMG 144 trabalhos indicados por 78 instituições nacionais. Os três primeiros finalistas recebem uma premiação de R$ 250 mil, além de troféu e certificado de reconhecimento público.

Ado Jorio – Acervo pessoal

Em segundo lugar, figuram cientistas da Unicamp com o projeto “Reator sustentável”, constituído por eletrodos de óxidos metálicos e células solares, para aplicações na descontaminação de água ou conversão de CO2 utilizando energia solar; e, em terceira posição “Tecnologia para redução da evasão escolar”, projeto da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

A criação do nanoscópio uniu pesquisadores dos programas de pós-graduação em Física, Engenharia Elétrica, Ciência da Computação e Inovação Tecnológica, além de profissionais da Matemática Computacional, Química, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção e Arquitetura.

Um dos primeiros resultados desse esforço conjunto resultou em uma tese em 2011, que venceu ainda o Prêmio José Leite Lopes, concedido pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), a Paulo Antonio Araújo Trindade  (UFMG), com o estudo intitulado “Study of Electrostatic Shielding and Environmental Interaction in Carbon Nanotubes by Resonance Raman Spectroscopy”, orientado por Ado Jório. E, em fevereiro de 2021, a equipe do professor Ado Jorio publicou um artigo de capa na revista Nature. A SBF parabeniza os professores Ado Jorio e Luiz Gustavo Cançado e toda a sua equipe pela grande contribuição ao desenvolvimento da ciência e tecnologia brasileiras.