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Sistema binário de buracos negros com bojos de deformação de maré (cinza) Crédito: Caltech/R. Hurt (IPAC)

Marc Casals, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e professor visitante no University College Dublin, Irlanda, junto com Alexandre Le Tiec, da Universidade de Paris, na França, obtiveram recentemente novos resultados teóricos sobre a deformação de maré em buracos negros.

As marés na Terra são provocadas por diferenças entre a força gravitacional da Lua em diferentes partes do planetas e seus oceanos. O fenômeno foi modelado matematicamente utilizando a teoria da gravitação newtoniana por Augustus Love, em 1909. Os chamados números de Love caracterizam a deformabilidade de um objeto compacto devido a forças de maré externa. A magnitude dos números de Love da Terra está em torno de 0,3. Já os números de Love das estrelas de nêutrons foram recentemente limitados por observações de ondas gravitacionais registradas pelos detectores do LIGO e estão ao redor de 0,1.

Estudos usando a teoria da relatividade geral mostraram que um buraco negro sem rotação não pode ser deformado devido a uma força de maré externa. Seus números de Love são nulos. Todos os buracos negros reais, porém, devem possuir alguma rotação.

“Mostramos que os buracos negros em rotação são deformados devido a uma força gravitacional externa devida, por exemplo, ao outro buraco negro de um sistema binário em espiral”, diz Casals . “Essa deformação gravitacional, porém, é muito pequena. Os números de Love de um buraco negro em rotação estão ao redor de 0,001. Não dá para observar essa deformação com o LIGO. Talvez, no futuro será possível, com observatórios de ondas gravitacionais no espaço, como o LISA.”

Artigo científico
Spinning Black Holes Fall in Love
Alexandre Le Tiec e Marc Casals
Phys. Rev. Lett. 126, 131102 –30 de março de 2021
arXiv:2007.00214

Contato para imprensa
Igor Zolnerkevic
Assessor de comunicação
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