Categorias

Posts recentes

Alinka comemora condecoração com as filhas Béatrice e Marianne

Ex-diretora do Laboratório Aberto de Física Nuclear da USP e professora titular sênior aposentada, física continua pesquisando e divulgando a ciência aos 82 anos

A física Alinka Lépine-Szily, 82 anos, recebeu no domingo, dia 17 de março, a comenda da Cruz-Cavaleira da Ordem do Mérito Húngara, do governo da Hungria, em cerimônia realizada no auditório do Colégio Santo Américo, em São Paulo, instituição fundada por monges beneditinos húngaros em 1951.

A condecoração leva em conta a obra científica de Alinka bem como sua participação decisiva na vida científica e organizacional da comunidade húngara no Brasil. A solenidade comemora a data de 15 de março de 1848, revolução húngara contra os Habsburgos, da Áustria.

O mérito foi outorgado pelo presidente da Hungria, Tamás Sulyok, e entregue por Kristóf Szatmáry, membro da Assembleia Nacional da Hungria, Presidente do Grupo de Amizade Brasil-Hungria. Participaram do evento também o Embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, e a Consulesa Geral da Hungria em São Paulo, Zsuzsanna László. 

“Eu fique superfeliz com o reconhecimento”, diz Alinka. “Todo ano alguém é escolhido e recebe uma comenda, não sei se é igual. Mas todos eles eram líderes da comunidade, presidente da Casa Húngara, chefe de Danças Folclóricas, sempre chefões. Eu nunca fui chefe na USP, só fui no exterior, no Brasil não fui chefe de nada”, brinca a cientista, professora titular sênior aposentada da USP que mantém pesquisas ativas no Laboratório Aberto de Física Nuclear, onde foi diretora entre 2007 e 2011, que reúne equipamentos muito importantes para a ciência como o Acelerador Pelletron e o duplo solenoide supercondutor RIBRAS (Radioactive Ion Beams in Brasil), este último instalado devido ao seu grande empenho para a concretização do projeto.

“É exagero minha participação decisiva na comunidade. Eu fui um público fiel e grato (dos eventos realizados pela comunidade), eu nunca organizei as coisas, mas estava sempre presente. Fui secretária da Universidade Livre, que reunia o público que falava húngaro. Hoje em dia praticamente acabou a Universidade Livre. Eu tenho uma carreira bonita, mas nunca esfreguei no nariz de ninguém, porque isso não tem cabimento. Mas eu sou muito amiga das diplomatas porque o consulado húngaro tem mulheres inteligentes, profissionais e muito gentis.”

Nascida em Budapeste, na Hungria, em 1942, Alinka sofreu duramente as consequências da Segunda Guerra Mundial e o domínio da então União Soviética, imigrando para o Brasil em 1957, aos 15 anos. Estudou Física na Universidade de São Paulo (USP) e iniciou uma carreira ligada tanto à pesquisa quanto ao ensino na universidade, transformando-se em uma das principais cientistas brasileiras.

(Colaborou Roger Marzochi)