O Tema Central do XIX Simpósio Nacional de Ensino de Física

Qualidade no Ensino de Física: perspectivas e desafios no século XXI

Refletir cientificamente sobre a Qualidade no Ensino de Física – tema central do XIX SNEF, a ser realizado em Manaus – significa reconhecer o contínuo desafio para não regredir nos avanços já conquistados e continuar constituindo novas perspectivas para sempre superar, com discernimento crítico, os estágios evolutivos contemporâneos – sejam no âmbito da educação, da ciência ou da política – que se apresentam no processo de desenvolvimento desse conhecimento humano em todos os níveis educacionais

Com as experiências vivenciadas no Espírito Santo no desenvolvimento dos aspectos essenciais da Formação Continuada de Professores em Serviço para promover a Educação Científica com Qualidade mediante o paradigma da Sociedade da Aprendizagem, há necessidade de continuar e dar outro salto de qualidade aprofundando e alargando os espectros dessas experiências para consolidar as nossas propostas e transformá-las em projetos que possam gerar programas públicos de Estado.

Também é necessário colocar em pauta o fato de que os problemas da Qualidade no Ensino – sejam técnicos, científicos ou humanísticos – não estão circunscritos ao Ensino de Física, pois englobam todo o conhecimento das áreas de Ciências Exatas e Biológicas. Por essa razão, é premente estabelecer projetos e programas unitários reunindo os atores dessas áreas para nuclear os esforços e recursos financeiros públicos.

Na Região Amazônica, em conseqüência de suas múltiplas e complexas características, principalmente a continentais e a sócio-cultural, o trato desse tema apresenta dimensões especiais e exige, entre outras ações também prioritárias, o estabelecimento de programas de política pública de Estado com metas de curto prazo, com a finalidade de promover a formação de professores de Física e de outras ciências para atender às necessidades do Ensino Fundamental e do Ensino Médio nos municípios desta região.

Além disso, é preciso qualificar o debate sobre outro importante aspecto sócio-cultural presente em todo o país, porém mais evidente nesta Região: a inclusão, ou não, dos diversos povos indígenas – com seus próprios saberes – na Sociedade da Aprendizagem.

As propostas de diretrizes, projetos e programas, é claro, devem abranger e contextualizar – no tempo, no espaço e na história – os temas centrais dos processos educacionais contemporâneos ou não, enfatizando o Ensino de Física, para compor uma canção unitária contemplando todos os acordes assonantes e dissonantes que caracterizam a sociedade brasileira.

Para essa questão, não é possível esquecer, já há muitas definições e decisões compartilhadas ao longo do caminho de dezoito Simpósios que podem e precisam ser reorganizadas e matizadas com as mais de mil cores que compõem o espectro da cultura brasileira, incluindo as contribuições e necessidades das civilizações indígenas.

Para que todo esse esforço tenha consecutividade devem ser delineadas as estratégias para definir, elaborar e implementar os programas de política pública de Estado com caráter unitário para promover continuamente a Qualidade no Ensino de Física e, de modo geral, a Qualidade na Educação.

Pela primeira vez o SNEF é realizado na Região Amazônica e essa atitude corajosa, por certo, apresentará conseqüências inestimáveis para esta parte maior do Brasil: o comprometimento bem mais consciente de todos os participantes com a superação dos nossos desníveis educacionais que são, infelizmente, traduzidos no analfabetismo científico.

Com a perspectiva de conseguir o melhor possível a cada momento próprio da história – nada de mais ou menos – convidamos todas as pessoas interessadas e empenhadas nesse processo para participar do XIX SNEF, contando sempre com a nossa capacidade de um olhar crítico – fundamentado nas experiências passadas e nos elementos atuais – para vislumbrar, delinear e propor políticas públicas de Estado que consigam garantir os necessários avanços educacionais, quantitativos e qualitativos, no futuro próximo da Sociedade Brasileira do Conhecimento.

Quem conhece, sabe fazer! E que esse conhecimento seja difundido, irradiado por todo o nosso Brasil!

Sejam bem-vindos, artífices da nossa Sociedade do Conhecimento!