Enfrentamentos do Ensino de Física na Sociedade Contemporânea

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Desde a realização do I SNEF, ocorrido em São Paulo em 1970, o simpósio vem tratando de questões a serem enfrentadas pelo ensino de Física em todos os níveis da educação formal no país. Tanto o contexto educacional, quanto o das pesquisas em ensino de Física vêm mudando e, consequentemente, as questões específicas da área também. Desta forma, o XXI SNEF, a ser realizado na Universidade Federal de Uberlândia, em 2015, deverá continuar se debruçando sobre temas que afligem o ensino da Física, mas dentro de uma nova realidade que está sendo acenada pelo governo federal.

Dentro deste contexto, alguns novos temas adquirem especial importância. Por outro lado, problemas nem tão novos, mas que ainda não obtiveram uma solução satisfatória, merecem renovadas análises. Na questão das políticas públicas e currículo, por exemplo, questionamos como se avalia o impacto educacional diante da nova formatação do ensino médio, em discussão no MEC, que prevê a fusão de disciplinas, como a Física, a Química e a Biologia? Qual a concepção da comunidade de professores e pesquisadores em ensino de Física em relação à uma melhor definição do currículo da educação básica, que é um tema que tem sido evocado pelo novo presidente do INEP? O que pensa a comunidade de educadores em Física sobre o ensino de tempo integral nas escolas de educação básica? Tem existido, de fato, inserção de temas de Física Moderna e Contemporânea no currículo do ensino médio? De que forma esse tema tem sido trabalhado dentro do currículo atual e quais resultados têm apresentado? Como se avalia o ensino e a formação do professor de Ciências e sua capacidade de atrair estudantes para a área científica? Que exemplos interessantes outros países têm apresentado para o processo de ensino-aprendizagem em Física e que podem ser adaptados para a realidade brasileira?

No contexto da formação inicial em Física, algumas questões ainda são recorrentes, como a baixa procura dos estudantes pelos cursos de Física das universidades brasileiras, a deficiência de formação do estudante nessa área do conhecimento e a grande evasão nos cursos de Física. Por que esses fatos ainda ocorrem e como caminhar mais rapidamente na busca da solução desses problemas? Na formação continuada em Física, algumas questões precisam ser abordadas: qual a avaliação da comunidade sobre os Mestrados Profissionais na área? Como é considerada a diferença de tratamento dispendida pela CAPES entre o Mestrado Profissional Nacional em Física e os demais mestrados profissionais em Física ou em Ciências e Matemática? 

Em relação às práticas de ensino, não seria interessante criar um link específico na página da SBF, contendo descrições de práticas inovadoras que já demonstraram algum sucesso, como forma de disseminação a outros professores da educação básica?    

Como as feiras de Ciências, a Olimpíada Brasileira de Física e os Museus e Centros de Ciências nacionais têm respondido ao desafio de divulgar a Ciência e/ou favorecer um espaço para a formação científica?

Espera-se que o SNEF em Uberlândia possa abordar esses temas, considerando todas as vertentes de pensamento e envolvendo, principalmente, professores da educação básica e estudantes das licenciaturas, no sentido de encontrar perspectivas consensuais para avançar nessas e em outras questões que se apresentem relevantes para a melhoria do ensino da Física em todos os níveis de ensino, e na modalidade formal e não formal. 

É com esta expectativa que aguardamos a participação de todos os que receberemos em Uberlândia no início do próximo ano.